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Não Olhe Para Cima, do diretor Adam Mckay, é o filme que vem agitando os assinantes da Netflix nos últimos dias. Conta a história de Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence), dois astrônomos que fazem uma descoberta surpreendente e ao mesmo tempo aterrorizante de um gigantesco cometa que está em rota de colisão direta com a Terra, cujo impacto trará a extinção da raça humana.

Trata-se de uma sátira até de certo modo juvenil de como nos portamos nos dias de hoje. Os cientistas do filme tentam a todo custo alertar a humanidade sobre a iminente catástrofe, passando pela Casa Branca até um grande programa de Televisão. Mesmo demonstrando cientificamente a catástrofe boa parte da sociedade segue negando a gravidade da descoberta, a começar pelo próprio governo dos EUA. A partir disso a história nos conduz a profundas reflexões, em meio a caricatura e até certos exageros em alguns diálogos. O filme atinge em cheio o alvo. Escancara a futilidade e a ignorância de uma sociedade nonsense. O negacionismo exposto na trama chega a ser risível e inacreditável fosse o longa exibido há dez anos. Para apimentar ainda mais a sequência de contrassensos negando o destino do cometa, surgi um empresário excêntrico, desses que debocham da ciência e tem no dinheiro a solução para todos os problemas.

E é a partir daí que a história nos arrebata, pois, não há como desviar nosso olhar de nós mesmos, daquilo que estamos vivendo agora. Na ficção, o governo – negacionista – cria um slogan “Não Olhe Para Cima” para que as pessoas não prestem atenção no óbvio, que é derradeiro choque do asteroide com o planeta Terra. “Não Tome Vacina” percorre o mesmo caminho da insensatez e da cegueira imbecilizada que boa parte de nós esta refém. Um pensamento incoerente para dizer o mínimo. Enquanto lidamos com as incertezas e temores de uma pandemia que achávamos que seria mais curta do que está sendo, nosso governo faz campanha para que as pessoas não se vacinem, sem que haja qualquer tipo de respaldo lógico-científico para tanto, expondo não somente aqueles que por livre iniciativa sustentam a bobagem de não se vacinar, mas também aos outros que cumprem com seu papel cívico de combater uma das maiores tragédias virais que acometeu o mundo. O ato de vacinar é mais do que uma atitude individual. A imunização resguardará toda coletividade de novas cepas que têm surgido a todo instante. É verdade que não se tem ainda todas as informações da doença e da sua possível prevenção. Porém, é também verdade que a vacina mais os protocolos de distanciamento, higiene das mãos e o uso da máscara – embasadas nos melhores estudos científicos – são as únicas soluções do momento. Abdicar dessa alternativa é evidentemente um ato de risco a própria vida e do próximo. O grau de compromisso determinará o sucesso no combate ao vírus. Enxergue o óbvio. Pense.

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